Meio ambiente

Coleta Seletiva Viva pretende aumentar reciclagem em Porto Alegre

Campanha estimula separação correta dos resíduos enviados para as Unidades de Triagem. Volume atual limita-se a 51 toneladas por dia

Por Sérgio Ruck Bueno, 02/08/2021

Volume de resíduos recolhidos para reciclagem na cidade poderia ser seis vezes maior, segundo o DMLU - Foto: Giulian Serafim/PMPA

O pequeno volume e a baixa qualidade dos resíduos enviados às 16 Unidades de Triagem (UTs) conveniadas com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) levaram a Apoena Socioambiental a lançar a campanha Coleta Seletiva Viva para estimular a separação correta e a reciclagem do lixo em Porto Alegre. O trabalho iniciou em junho nas redes sociais e a partir de outubro também haverá panfletagens em parques e praças à medida que avance a vacinação contra a Covid-19.

Segundo Kellen Pasqualeto, uma das diretoras da Apoena, apenas 3% do lixo recolhido na cidade vai para UTs. E, para piorar, cerca de 30% desse volume corresponde a materiais inaproveitáveis, como papel higiênico usado, absorventes íntimos e embalagens sujas ou com restos de alimentos. “A campanha foca em informação, desde o processo de separação até os dias e horários de coleta”, explica.

Conforme o DMLU, o serviço de coleta seletiva – executado pela cooperativa Cootravipa – recolhe apenas 51 toneladas de resíduos para reciclagem por dia, mas o volume poderia ser seis vezes maior. Isso porque a estimativa é que mais 252 toneladas diárias com potencial reciclável são descartadas indevidamente junto com o lixo orgânico e os rejeitos, que somam 1,64 mil toneladas por dia enviadas para o aterro sanitário de Minas do Leão.

Além disso, o problema não se limita a despejar no aterro resíduos que levam séculos para se decompor, mas poderiam ser reciclados. Só para enviá-los até Minas do Leão, a prefeitura gasta R$ 8,8 milhões por ano, o que significa - literalmente - jogar dinheiro público no lixo.

Embora não tenham sido definidas metas quantitativas, o plano é não só aumentar o volume de resíduos reciclados, mas também reduzir os materiais impróprios despachados para as UTs, pois eles significam trabalho sem remuneração para os profissionais que atuam nesses locais. A ideia é que a iniciativa se torne permanente e nesta primeira etapa os resultados serão monitorados por meio do acompanhamento de cinco unidades de triagem, nos bairros Floresta, Bom Jesus, Sarandi e Partenon.

Conforme Kellen, a campanha tem patrocínio da Prolata, um programa das associações brasileiras dos fabricantes de embalagens de aço (Abeaço) e de tintas (Abrafati), da Cootravipa, da Cooperativa de Crédito dos Professores da Região Metropolitana de Porto Alegre (Educredi) e da Faculdades Integradas São Judas Tadeu, além de apoio institucional do DMLU e da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. Os endereços da Coleta Seletiva Viva nas redes sociais são https://www.instagram.com/coletaseletivaviva/ e https://www.facebook.com/coletaseletivaviva.