Trabalho e diversidade

Barber Poc garante atendimento acolhedor para público LGBTQIA+

Inaugurado em janeiro, “espaço livre de preconceitos” no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, já fidelizou cerca de 80% dos frequentadores

Por Sérgio Ruck Bueno, 08/08/2021

Weisheimer (em pé): diversidade de público, preços justos e preferência para insumos veganos - Foto: Divulgação

Depois de se sentir pouco à vontade e até discriminado quando frequentava, como cliente, diferentes barbearias de Porto Alegre, o cabelereiro e barbeiro gay Carlos Weisheimer decidiu que estava na hora de abrir um salão próprio para oferecer atendimento acolhedor ao público LGBTQIA+. Da ideia ele foi logo para a montagem de um plano de negócios e em janeiro deste ano inaugurou a Barber Poc, na rua Lopo Gonçalves, no bairro Cidade Baixa.

Com dez anos de experiência como profissional do setor e como professor em cursos de barbeiro e cabelereiro, Weisheimer define o salão como um “espaço livre de preconceitos”, pois recebe clientes de qualquer orientação sexual ou identidade de gênero. No início, a maioria dos frequentadores era formada por heterossexuais, mas à medida que o local se tornou mais conhecido pouco mais de 50% do público passou a ser LGBTQIA+.

O foco da empresa é manter-se sustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico. Por isso, ela aposta na diversidade, pratica preços acessíveis mas capazes de remunerar adequadamente o serviço, dá preferência a produtos veganos e evita estoques de insumos químicos. Para coloração ou descoloração de cabelos, por exemplo, só com agendamento. O tíquete médio de R$ 40 a R$ 50 por pessoa.

A proposta deu certo e fidelizou cerca de 80% dos frequentadores, que retornam a cada 15 ou 30 dias. Ao mesmo tempo, a conta da barbearia no Instagram já tem 550 seguidores e o perfil de Weisheimer – que ocasionalmente também atua como drag queen - soma quase 1,8 mil.

Mesmo assim, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, Weisheimer ainda coloca dinheiro do próprio bolso no negócio. No entanto, com o crescimento gradual da demanda a previsão é obter resultados positivos a partir do fim deste ano, pois ele e o parceiro de trabalho Gabriel Hofstatter, seu ex-aluno, têm condições de ampliar o atendimento em até 70%. Além disso, o próximo passo será instalar uma pequena galeria para expor obras de artistas locais LGBTQIA+ e transformar o espaço também em um local de convivência.