Meio ambiente

Em Montenegro e Pareci Novo, 60 empresas já aceitam o “Eco Pila”

Moeda social criada em 2018 pela Associação Comercial e Industrial (ACI) para estimular a separação e descarte corretos de resíduos recicláveis movimentou R$ 36 mil nas duas cidades e deve ser levada a outros municípios em 2022

Por Sérgio Ruck Bueno, 14/10/2021

Só em Montenegro, posto de troca recebe 2 toneladas de materiais por mês - Foto: Divulgação

Prestes a completar três anos, o Eco Pila, criado pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Montenegro e Pareci Novo em novembro de 2018 para remunerar quem faz a separação e o descarte corretos de resíduos recicláveis, já movimentou R$ 36 mil na economia local. No total, cerca de 60 estabelecimentos comerciais e de serviços nas duas cidades da região metropolitana de Porto Alegre aceitam a moeda social, que em 2022 deve começar a circular também em outros municípios.

“Temos várias parcerias em negociação e em 2022 vamos procurar mais entidades empresariais e recicladoras regulamentadas em outras cidades”, diz o gerente administrativo e financeiro da ACI, Eduardo Azeredo. De acordo com ele, em julho deste ano o projeto já foi implantado em Nova Hartz, em parceria com o Clube de Dirigentes Lojistas (CDL).

Cada Eco Pila corresponde a R$ 1 e as cédulas, que valem de R$ 0,50 a R$ 10, são impressas pela ACI em papel moeda, com tinta especial, número de série, QR Code e áreas holográficas para evitar falsificações. As notas emitidas para outras cidades têm características particulares para delimitar a área de circulação.

A troca dos resíduos pelos Eco Pilas ocorre às quintas-feiras junto à praça Rui Barbosa, no centro de Montenegro, e nas primeiras quartas-feiras de cada mês na rua Coberta, em Pareci Novo, sempre pela manhã. Segundo Azeredo, a adesão da população ao projeto é crescente e só em Montenegro os moradores – incluindo catadores informais – entregam em média duas toneladas de recicláveis por mês, cerca de 33% a mais do que no início do ano passado.

Um quilo de garrafas e bombonas plásticas, cinco quilos de óleo de cozinha, quatro quilos de papelão e jornais ou 10 quilos de embalagens cartonadas de leite, por exemplo, dão direito a 1 Eco Pila, enquanto um quilo de latas de bebidas vale três vezes mais. Materiais como vidros, pilhas e eletrônicos também são recolhidos, mas sem direito à moeda social.

Os postos de coleta são operados pela recicladora Montepel, parceira da ACI que paga pelos resíduos com os Eco Pilas e depois recompra as cédulas das empresas onde elas foram utilizadas. Como contrapartida, ela ainda promove palestras sobre sustentabilidade em escolas locais e destina um adicional de 10% para o núcleo socioambiental da Associação Comercial.

A partir do ano que vem, no entanto, as notas serão trocadas pelos estabelecimentos comerciais e de serviços pelo equivalente em reais na agência do Sicredi em Montenegro e em seguida recompradas pela ACI e repassadas novamente para a Montepel. Conforme Azeredo, a operação por intermédio da cooperativa de crédito permitirá um acompanhamento mais preciso dos valores movimentados pelo projeto. Veja aqui a lista de empresas que aceitam a moeda social.