Meio ambiente
Feiras ecológicas lançam campanha para estimular reciclagem e compostagem
Resultado de parceria anunciada em 2021 pela Associação Agroecológica e pelo Movimento Lixo Zero Porto Alegre, iniciativa deve durar pelo menos um ano
Cinco feiras ecológicas de Porto Alegre participam nesta semana do lançamento de uma campanha para conscientizar os frequentadores sobre a importância do tratamento correto dos resíduos sólidos domiciliares secos e orgânicos. A iniciativa é resultado de uma parceria anunciada em novembro de 2021 pela Associação dos Agricultores Ecologistas Solidários do RS (Associação Agroecológica) e pelo Movimento Lixo Zero Porto Alegre para reduzir o impacto do consumo humano sobre o meio ambiente e para melhorar as condições de trabalho e geração de renda dos profissionais que fazem triagem de materiais para reciclagem.
O início da campanha, denominada “Recicla Feiras Ecológicas”, ocorre durante a Semana da Compostagem, organizada em todo o país pelo Instituto Lixo Zero Brasil e que vai até o próximo sábado, dia 7. Segundo a Associação Agroecológica, o plano é manter as atividades por pelo menos um ano e o número de feiras participantes deve aumentar nos próximos meses.
A programação prevê oficinas mensais sobre compostagem e separação de resíduos, coleta de materiais recicláveis e orgânicos como erva-mate e borra de café, além da divulgação de peças informativas e lives pelas redes sociais das entidades participantes. As atividades presenciais serão realizadas na Feira dos Agricultores Ecologistas (Fae) e nas feiras dos bairros Bom Fim, Menino Deus, Auxiliadora e Bela Vista, que ocorrem entre as terças-feiras e os sábados.
Conforme a Associação Agroecológica, o debate sobre o assunto é urgente porque, das 66,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos coletadas por ano no país, apenas 2% são destinados para reciclagem e compostagem, de acordo com o Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional. Essa parcela, no entanto, poderia ser de 35% se houvesse separação adequada dos materiais na origem, estima a entidade.
Além disso, as diferentes esferas de governo no Brasil gastam cerca de R$ 20 bilhões por ano para depositar os resíduos nos lixões e aterros e, somente em Porto Alegre, 25% dos materiais potencialmente recicláveis não são reaproveitados porque chegam sujos nas unidades de triagem. Os dados são do Fórum de Catadores da cidade e da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), segundo a associação.