Meio ambiente

Crédito do Banrisul para projetos sustentáveis dobra em um ano

Linhas somam quase R$ 200 milhões e financiam desde geração doméstica de energia solar até equipamentos para coleta de água da chuva

Por Sérgio Ruck Bueno, 30/06/2021

Coutinho: com economia na conta de energia, investimentos em geração solar retornam em cinco anos - Foto: David Pires/Divulgação Banrisul

Lançadas em 2020 pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), duas linhas de crédito voltadas ao financiamento de equipamentos, produtos e projetos sustentáveis dobraram de tamanho em 12 meses até março deste ano. Nesse período, o saldo das carteiras passou de R$ 98,8 milhões para R$ 197,2 milhões, enquanto o número de contratos em vigência aumentou quase três vezes, de 1,8 mil para 5,2 mil.

Uma das modalidades, o CDC Sustentabilidade Energia Solar e Eólica, financia a compra e a instalação de equipamentos para geração fotovoltaica em residências ou empresas e também de pequenas estações eólicas. Outra, denominada apenas CDC Sustentabilidade, fornece crédito para projetos de eficiência energética e aquisição de eletrodomésticos mais modernos ou itens como aquecedores solares e caixas para coleta e reaproveitamento da água da chuva.

O total da carteira divide-se praticamente meio a meio entre pessoas físicas e jurídicas, com uma média de R$ 25 mil e R$ 115 mil por contrato em cada segmento, respectivamente. O valor é acessível para empresas de pequeno porte e o crescimento da demanda nos últimos meses reflete a preocupação dos consumidores com a alta nas tarifas de energia e a busca por alternativas mais sustentáveis de geração.

Conforme o presidente do banco, Cláudio Coutinho, os empréstimos têm condições “muito competitivas” e, no caso das centrais de geração solar, a economia nas contas de energia cobre o investimento, em média, em cinco anos. O Banrisul tem convênio com 15 empresas especializadas na instalação dos equipamentos no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina.

As duas linhas permitem financiar 100% dos custos de aquisição e instalação, com prazo de até seis anos para pagamento e seis meses de carência. Os contratos pré-fixados preveem juros a partir de 1,31% ao mês, enquanto na opção pós-fixada eles partem da taxa DI (depósito interbancário) mais 0,3% ao mês.

Segundo Coutinho, as modalidades miram investimentos com impactos socioambientais positivos e estão alinhadas à própria estratégia de sustentabilidade do banco, que no ano passado criou uma gerência especializada no tema vinculada diretamente à presidência. A instituição também contratou uma consultoria para estudar a instalação de geração solar em parte de suas agências e aderiu ao protocolo GHG - utilizado para fazer o inventário de gases de efeito estufa – com o objetivo de neutralizar suas emissões corporativas.