Tecnologia e gestão

Beira Rio quer 100% dos fornecedores estratégicos certificados até 2025

Empresa estimula adesão dos parceiros ao programa Origem Sustentável, criado pela Assintecal e pela Abicalçados

Por Sérgio Ruck Bueno, 15/12/2021

Calçadista com sede em Novo Hamburgo produz 100 milhões de pares por ano - Divulgação Calçados Beira Rio

Dona de marcas como Moleca, Vizzano, Actvitta e BR Sport, a Calçados Beira Rio iniciou um trabalho para reforçar a adoção de práticas de sustentabilidade em sua cadeia de fornecedores de insumos e componentes. O objetivo é que 50% dos parceiros considerados estratégicos sejam certificados pelo programa Origem Sustentável até 2023 e que até 2025 este índice alcance os 100%.

“Acreditamos que ganhos econômicos e administração sustentável caminham lado a lado”, diz o presidente Roberto Argenta. Ele explica que a adesão ao projeto não é “necessariamente obrigatória”, mas ressalta que a empresa pretende incentivar e difundir as melhores práticas nas áreas ambiental, econômica, social e cultural em todo o setor.

A própria Beira Rio já recebeu o selo diamante, o grau mais alto de certificação do Origem Sustentável, criado pela Assintecal e pela Abicalçados – que representam os fabricantes de calçados, componentes e gestoras de marcas do país – para atestar o desempenho das associadas em 104 indicadores alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e ao Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3.

Conforme as duas entidades, sete empresas já receberam o certificado, incluindo também Vulcabras, Piccadilly, Bibi, Usaflex, Boxprint e Caimi & Liaison. Ao mesmo tempo, mais de 50 estão em processo de implementação do programa, entre elas a Schutz, a Ramarim, a Via Marte, a Redeplast, a Calçados Ala e a Bebecê.

Segundo Argenta, as metas relativas aos selos a serem obtidos pelos parceiros (bronze, prata, ouro ou diamante) serão definidas após a fase inicial de autoavaliação prevista no programa. A calçadista conta com uma rede de mais de 500 fornecedores, a maioria do Rio Grande do Sul, mas não informou quantos deles são considerados “críticos” ou estratégicos.

Com sede em Novo Hamburgo, dez unidades industriais e mais de 8 mil funcionários diretos, a Beira Rio produz 100 milhões de pares de calçados por ano e reutiliza 250 toneladas mensais de restos de poliuretano (PU) na produção de itens como palmilhas, solados e expositores para lojas. Fabrica ainda solados com fibra de coco e resíduos de cana-de-açúcar e utiliza água captada da chuva para jardinagem em três de suas unidades.

Para 2022, a empresa planeja colocar em operação uma usina de produção de gás de síntese a partir da pirólise (decomposição pela ação de altas temperaturas) de resíduos para geração de energia elétrica. O projeto prevê a instalação de uma planta piloto para processar 150 quilos de materiais por hora e depois uma unidade definitiva com capacidade de processamento de 24 toneladas por dia.