Meio ambiente

Gerdau promete reduzir emissões de gases de efeito estufa em 11%

Meta é para 2031 e prevê ampliação do uso de sucata reciclada e de carvão vegetal no processo de produção de aço, além de maior consumo de energias renováveis, como a solar

Por Sérgio Ruck Bueno, 03/02/2022

Volume de emissões da empresa por tonelada de aço produzida corresponde hoje a 49% da média mundial do setor - Fotos: Divulgação

Maior siderúrgica brasileira, a Gerdau comprometeu-se a reduzir em quase 11% as emissões de gases de efeito estufa ao longo dos próximos dez anos em suas linhas de produção e no consumo de energia. A empresa emite atualmente 930 quilos de dióxido de carbono equivalente (CO2e) por tonelada de aço fabricada, o que corresponde a 49% da média mundial do setor, mas prometeu reduzir esse volume para 830 quilos por tonelada em 2031.

Nesta semana o grupo informou que o compromisso inclui a ampliação do uso de sucata ferrosa como matéria-prima, a expansão da base florestal que origina carvão vegetal usado no processo de fabricação de ferro-gusa e o aumento no consumo de energia renovável, como a solar. Prevê ainda a introdução de novas tecnologias e novos programas de eficiência energética em suas operações.

O emprego de sucata e de carvão vegetal é o principal fator que permite à Gerdau apresentar um nível de emissões bem inferior à média global de 1,89 tonelada de carbono equivalente por tonelada de aço em 2020, conforme a World Steel Association (Associação Internacional do Aço). Os dois insumos têm impacto ambiental menor do que o minério de ferro e o carvão metalúrgico, também utilizados pelo setor.

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Com usinas siderúrgicas em dez países, grupo recicla 11 milhões de toneladas de sucata ferrosa por ano

Segundo a siderúrgica, 73% do aço produzido por ela vem do reaproveitamento de 11 milhões de toneladas de sucata por ano, em média, o que evita o lançamento de 16,5 milhões de toneladas anuais de CO2e na atmosfera e a torna a maior recicladora da América Latina. A empresa informou que também é a maior produtora de carvão vegetal do mundo para siderurgia, com uma base florestal de 250 mil hectares em Minas Gerais.

“Desde sua fundação, há 121 anos, a Gerdau opera com uma matriz produtiva sustentável principalmente à base de reciclagem de sucata e biorredutor [o carvão vegetal, usado no processo de separação do ferro do minério de ferro], o que sempre a colocou entre as companhias de menor emissão de gases de efeito estufa na indústria do aço globalmente”, disse, em nota, o diretor-presidente Gustavo Werneck.

Conforme o executivo, a meta para 2031 será um “passo importante” para a ambição do grupo de ser carbono neutro em 2050, “mesmo sabendo que a neutralidade na indústria do aço ainda não é algo viável na atualidade”. De acordo com a empresa, isso demanda tecnologias ainda inexistentes em escala industrial, além de políticas públicas específicas e disponibilidade de fontes de financiamento nacionais e internacionais para dar conta dos investimentos necessários.

Além do Brasil, a Gerdau tem usinas na Argentina, no Peru, no Uruguai, na Venezuela, nos Estados Unidos, no Canadá, no México, na República Dominicana e na Colômbia. Entre as unidades brasileiras, duas ficam no Rio Grande do Sul, nos municípios de Sapucaia do Sul e Charqueadas.