Meio ambiente

Feiras ecológicas lançam campanha para estimular reciclagem e compostagem

Resultado de parceria anunciada em 2021 pela Associação Agroecológica e pelo Movimento Lixo Zero Porto Alegre, iniciativa deve durar pelo menos um ano

Por Sérgio Ruck Bueno, 03/05/2022

Realizada aos sábados na avenida José Bonifácio, Fae é uma das feiras que promoverá oficinas e coletas de resíduos recicláveis e orgânicos - Foto: Elson Schroeder/Associação Agroecológica

Cinco feiras ecológicas de Porto Alegre participam nesta semana do lançamento de uma campanha para conscientizar os frequentadores sobre a importância do tratamento correto dos resíduos sólidos domiciliares secos e orgânicos. A iniciativa é resultado de uma parceria anunciada em novembro de 2021 pela Associação dos Agricultores Ecologistas Solidários do RS (Associação Agroecológica) e pelo Movimento Lixo Zero Porto Alegre para reduzir o impacto do consumo humano sobre o meio ambiente e para melhorar as condições de trabalho e geração de renda dos profissionais que fazem triagem de materiais para reciclagem.

O início da campanha, denominada “Recicla Feiras Ecológicas”, ocorre durante a Semana da Compostagem, organizada em todo o país pelo Instituto Lixo Zero Brasil e que vai até o próximo sábado, dia 7. Segundo a Associação Agroecológica, o plano é manter as atividades por pelo menos um ano e o número de feiras participantes deve aumentar nos próximos meses.

A programação prevê oficinas mensais sobre compostagem e separação de resíduos, coleta de materiais recicláveis e orgânicos como erva-mate e borra de café, além da divulgação de peças informativas e lives pelas redes sociais das entidades participantes. As atividades presenciais serão realizadas na Feira dos Agricultores Ecologistas (Fae) e nas feiras dos bairros Bom Fim, Menino Deus, Auxiliadora e Bela Vista, que ocorrem entre as terças-feiras e os sábados.

Conforme a Associação Agroecológica, o debate sobre o assunto é urgente porque, das 66,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos coletadas por ano no país, apenas 2% são destinados para reciclagem e compostagem, de acordo com o Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional. Essa parcela, no entanto, poderia ser de 35% se houvesse separação adequada dos materiais na origem, estima a entidade.

Além disso, as diferentes esferas de governo no Brasil gastam cerca de R$ 20 bilhões por ano para depositar os resíduos nos lixões e aterros e, somente em Porto Alegre, 25% dos materiais potencialmente recicláveis não são reaproveitados porque chegam sujos nas unidades de triagem. Os dados são do Fórum de Catadores da cidade e da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), segundo a associação.