Trabalho e diversidade
Com processo "circular", Llama dá novos significados a roupas femininas
Trabalho artesanal, reutilização de insumos e qualidade das peças conquistam faixa diversificada de consumidoras
A partir de um acervo de tecidos herdados da família e de roupas já fora de uso, as empreendedoras Mirian e Juliana Caldas, mão e filha, decidiram criar a Llama, uma confecção de moda feminina baseada em duas premissas: descarte próximo do zero e ressignificação. A produção é artesanal, com uma média de 30 peças por mês, os estoques são reduzidos e os pedidos podem ser personalizados, com a participação das clientes na escolha dos tecidos e componentes.
A empresa começou a operar em 2015 e a união de duas gerações no desenvolvimento dos produtos permitiu atrair um público diversificado, de 20 a 60 anos de idade, com predominância para a faixa dos 30 aos 37 anos. “São mulheres independentes, que valorizam o trabalho feminino e a produção local”, explica Juliana, que já pensa em lançar uma linha masculina.
As duas empreendedoras cursaram design de moda e são responsáveis por todo o trabalho, da modelagem à costura. Elas “garimpam” matérias-primas de qualidade para produzir itens duradouros e, consequentemente, reduzir descartes, e dão novos significados para roupas antigas transformando-as em peças que carregam a memória afetiva das clientes.
O objetivo, conforme Juliana, é manter um processo sustentável do início ao fim, dentro do conceito de economia circular, com logística reversa e “garantia eterna”. “Enquanto as roupas tiverem conserto, a gente ajusta”, afirma.
Depois, no fim da vida útil, os produtos em geral são devolvidos pelas clientes e viram retalhos para a fabricação de etiquetas e acessórios ou uso como enchimentos, por exemplo. Além disso, algumas modelagens vestem diferentes tamanhos e os casacos são reversíveis, o que amplia as opções de uso das peças.
A Llama possui uma carteira de cerca de 100 clientes fiéis, que compram com regularidade por meio do perfil da empresa no Instagram, que conta com 2,1 mil seguidores, ou na página da loja colaborativa Coletivo Autoral, no link https://bit.ly/3qd8lCe. Ela vende também para outros Estados, como Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, já enviou peças para a Austrália e agora Juliana estuda a abertura de uma loja física em Lisboa, em parceria com amigos que moram em Portugal.