Trabalho e diversidade
Clau Stampas foca em moda autoral afro-brasileira
Com produção a partir de matérias-primas sustentáveis, empresa valoriza diversidade e apoia comunidades vulneráveis
A Clau Stampas, marca de moda autoral afro-brasileira de Porto Alegre, reúne diversidade, apoio a comunidades vulneráveis e preservação ambiental em um só negócio. Criada em 2014 pela empreendedora negra Cláudia Campos, a empresa usa somente matérias-primas sustentáveis, reutiliza os resíduos na própria operação e envolve uma rede de aproximadamente 30 fornecedores de serviços, a maioria mulheres.
Com licenciatura, bacharelado e mestrado em história, Cláudia dedicou-se ao estudo das culturas africana e afro-brasileira, mas, como muitas mulheres negras, enfrentou dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Foi a partir daí que ela buscou novos caminhos e, depois de cursar design de moda, decidiu iniciar um projeto próprio para associar a temática afro ao viés da sustentabilidade.
“Na época apenas as marcas de elite falavam em sustentabilidade, mas resolvi levar o conceito para outras faixas de consumidoras, com valorização da estamparia e identidade étnico-racial”, lembra.
A empresa produz roupas femininas e sem gênero com tecidos de algodão certificado e de matérias-primas recicláveis como garrafas PET e, com os retalhos, faz acessórios. “Não perco nada no processo”, afirma a empreendedora, que recentemente foi selecionada pela Artemísia, uma aceleradora de negócios de impacto social em São Paulo, para desenvolver um projeto de expansão da Clau Stampas.
A própria Cláudia cria o design e as estampas no ateliê montado em sua casa. Depois, as peças são confeccionadas em duas cooperativas de costureiras e por profissionais que moram em comunidades em vulnerabilidade social.
No início os produtos eram vendidos em briques e feiras da cidade, mas hoje a empresa conta com uma base firme de quase 40 clientes, formada por 80% de mulheres negras com curso superior ou técnico que compram os produtos da marca com regularidade,
Antes da pandemia da Covid-19 as vendas chegaram a superar 40 peças por mês, mas com o impacto da doença sobre a economia e a renda dos consumidores a loja coletiva onde Cláudia expunha os produtos fechou. Agora os pedidos podem ser feitos no site https://www.claustampas.com.br/.
