Mercado
Urban Farmcy aposta em carnes à base de plantas
Ingredientes sem agrotóxicos cultivados por agricultores familiares embalam crescimento da "foodtech" na região Sul
Inaugurada em 2017, a Urban Farmcy viu no desenvolvimento de alimentos à base de plantas uma oportunidade para suprir a demanda crescente por produtos mais saudáveis, sem ingredientes ultraprocessados e ao mesmo tempo amigáveis ambientalmente. A aposta deu certo e a empresa que nasceu em Porto Alegre já vende para lojas especializadas e supermercados em cerca de 40 cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
“Percebi que o setor [de alimentação] estava obsoleto, com métodos de produção prejudiciais ao meio ambiente e à saúde”, lembra o empresário Tobias Chanan. A partir daí ele criou a “foodtech” – empresa que usa a inovação para estimular a expansão de um mercado mais sustentável no segmento - após dois anos de estudos nos Estados Unidos, na Alemanha e na Holanda sobre técnicas de cultivo e preparo de alimentos mais “potentes” do ponto de vista nutricional e sem uso de defensivos nem aditivos químicos, por exemplo.
Chanan já investiu mais de R$ 20 milhões no negócio, incluindo pesquisas, importação de equipamentos e capacitação da rede de fornecedores formada por agricultores familiares, a maioria da região metropolitana de Porto Alegre e do litoral norte do Estado. Para este ano a empresa prevê um faturamento bruto na faixa dos R$ 10 milhões.
Entre os produtos da Urban Farmcy estão hambúrgueres, almôndegas e salsichas feitas com ingredientes como arroz vermelho, cogumelo, nozes, cebola, proteína texturizada de ervilha, beterraba, aveia em flocos sem glúten, óleo de coco, fibra de bambu, alho, amêndoa, extrato de levedura, alecrim, noz moscada e emulsificantes naturais.
Conforme o empresário, ao longo dos primeiros quatro anos a operação já gerou R$ 2,2 milhões em renda para os agricultores familiares vinculados, produziu mais de 220 toneladas de alimentos livres de agrotóxicos e transformou quase 70 toneladas de resíduos em adubo orgânico. Além disso, 60% da demanda energética da unidade industrial da empresa é suprida por geração fotovoltaica contratada no mercado livre de energia por um período inicial de dez anos.