Tecnologia e gestão

Mais de 84% dos financiamentos do BRDE são vinculados aos ODS

Estimuladas por repasses de agências de fomento internacionais, contratações alcançaram R$ 924,2 milhões no primeiro semestre na região Sul

Por Sérgio Ruck Bueno, 14/09/2021

Leany Lemos: alinhamento à agenda da sustentabilidade para aliar crescimento econômico com legado social e ambiental - Foto: Divulgação

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) apurou, pela primeira vez, a vinculação dos financiamentos concedidos aos seus clientes aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. O levantamento, que será permanente a partir de agora, identificou que 84,2% das operações realizadas no primeiro semestre deste ano eram aderentes a pelo menos uma das metas da ONU para 2030, o equivalente a R$ 924,2 milhões em empréstimos contratados no período.

A análise foi feita sobre uma amostra de pouco mais de 88% de todos os contratos assinados de janeiro a junho, 35,7% dos quais direcionados ao Rio Grande do Sul. A instituição também atua nos Estados de Santa Catarina e do Paraná.

A iniciativa foi estimulada pela participação das agências de fomento internacionais nos repasses de recursos – conhecidos como funding - para o banco, entre elas a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Neste ano, até o início de setembro, só essas três instituições haviam aportado cerca de R$ 250 milhões no BRDE.

Para a aprovação dos empréstimos essas agências exigem a definição prévia de indicadores de impacto ambiental e social dos projetos, que devem ser acompanhados durante três anos após a conclusão dos investimentos. Ao atender aos critérios exigidos, os clientes estão aptos a acessar as linhas de crédito.

“É um resultado bastante expressivo e reflete o compromisso do BRDE de estar alinhado à agenda da sustentabilidade, aliando crescimento econômico com um legado social e ambiental. Fazer na nossa cidade, na nossa região, significa impactar de maneira global”, afirmou a diretora-presidente Leany Lemos. Segundo ela, nos últimos anos a própria instituição também acelerou a incorporação do tema ao seu planejamento estratégico.

Entre os destaques do primeiro semestre estão R$ 460 milhões contratados com o setor primário, 81% dos quais para cooperativas agroindustriais, em linha com o ODS número dois – fome zero e agricultura sustentável. Outros R$ 215 milhões foram destinados a operações de capital de giro principalmente para permitir a sobrevivência das micro e pequenas empresas na pandemia da Covid-19, o que contribuiu para o objetivo número oito, que trata de crescimento econômico e trabalho decente.

Ainda de acordo com o BRDE, R$ 115 milhões foram para projetos de uso sustentável de recursos naturais e de redução, reuso e reciclagem de resíduos, alinhados com o ODS número 12, sobre consumo e produção responsáveis. Outros R$ 85 milhões destinaram-se à construção de pequenas centrais hidrelétricas e de centrais geradoras hidrelétricas, além da instalação de equipamentos de geração fotovoltaica distribuída, em conformidade com o objetivo número sete - energia acessível e limpa.