Meio ambiente
Crédito do Banrisul para projetos sustentáveis dobra em um ano
Linhas somam quase R$ 200 milhões e financiam desde geração doméstica de energia solar até equipamentos para coleta de água da chuva
Lançadas em 2020 pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), duas linhas de crédito voltadas ao financiamento de equipamentos, produtos e projetos sustentáveis dobraram de tamanho em 12 meses até março deste ano. Nesse período, o saldo das carteiras passou de R$ 98,8 milhões para R$ 197,2 milhões, enquanto o número de contratos em vigência aumentou quase três vezes, de 1,8 mil para 5,2 mil.
Uma das modalidades, o CDC Sustentabilidade Energia Solar e Eólica, financia a compra e a instalação de equipamentos para geração fotovoltaica em residências ou empresas e também de pequenas estações eólicas. Outra, denominada apenas CDC Sustentabilidade, fornece crédito para projetos de eficiência energética e aquisição de eletrodomésticos mais modernos ou itens como aquecedores solares e caixas para coleta e reaproveitamento da água da chuva.
O total da carteira divide-se praticamente meio a meio entre pessoas físicas e jurídicas, com uma média de R$ 25 mil e R$ 115 mil por contrato em cada segmento, respectivamente. O valor é acessível para empresas de pequeno porte e o crescimento da demanda nos últimos meses reflete a preocupação dos consumidores com a alta nas tarifas de energia e a busca por alternativas mais sustentáveis de geração.
Conforme o presidente do banco, Cláudio Coutinho, os empréstimos têm condições “muito competitivas” e, no caso das centrais de geração solar, a economia nas contas de energia cobre o investimento, em média, em cinco anos. O Banrisul tem convênio com 15 empresas especializadas na instalação dos equipamentos no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina.
As duas linhas permitem financiar 100% dos custos de aquisição e instalação, com prazo de até seis anos para pagamento e seis meses de carência. Os contratos pré-fixados preveem juros a partir de 1,31% ao mês, enquanto na opção pós-fixada eles partem da taxa DI (depósito interbancário) mais 0,3% ao mês.
Segundo Coutinho, as modalidades miram investimentos com impactos socioambientais positivos e estão alinhadas à própria estratégia de sustentabilidade do banco, que no ano passado criou uma gerência especializada no tema vinculada diretamente à presidência. A instituição também contratou uma consultoria para estudar a instalação de geração solar em parte de suas agências e aderiu ao protocolo GHG - utilizado para fazer o inventário de gases de efeito estufa – com o objetivo de neutralizar suas emissões corporativas.